Prezado professor (a), o documentário “A história do Greenpeace” conta a história por trás de uma das maiores organizações não governamentais com foco no meio ambiente do mundo. É um material rico e que permite discussões com os estudantes de Ensino Fundamental, Anos Finais e Ensino Médio. A produção mostra a motivação capaz de unir um grupo de jovens em prol do meio ambiente e da paz mundial e como esse movimento cresceu e se solidificou ao longo dos anos.
Em meio a Guerra Fria, na década de 70, o mundo estava dividido entre o capitalismo e o comunismo. Nesta ocasião os EUA mostravam um grande interesse no reinício dos testes nucleares em uma ilha localizada no Alaska. Os testes poderiam ocasionar abalos sísmicos, e por consequência a ocorrência de terremos e tsunamis em regiões próximas, além da poluição ambiental que os testes causariam. Por temerem os efeitos da ação norte-americana, grupos de jovens de Vancouver iniciaram uma série de protestos pedindo o fim dos testes nucleares.
Com essa motivação, Irving Stowe e Jim Bohlen juntamente com ecologistas e pacifistas formavam um grupo ainda pequeno, mas que ganharia muita força. O Greenpeace nasceu na casa da família Stowes e no porão da igreja unitarista. Convencidos de que deveriam fazer mais pelo meio ambiente, o grupo precisava chamar a atenção da mídia para a causa que defendiam. O recém-criado Greenpeace vendia bottons para angariar recursos e, mesmo não tendo condições, decidiram que deveriam ir até o Alaska para observar o que estaria acontecendo e traçar estratégias de ação. Para conseguirem locar um barco que os levasse até o destino, organizaram um show beneficente que reuniu 10 mil pessoas. Junto com os recursos, o Greenpeace conseguiu atrair a imprensa.
Em setembro de 1971 o grupo partia rumo ao Alaska. No barco estavam 12 pessoas, entre elas jornalistas, que testemunhariam e mostrariam ao mundo algo que estava, até então, escondido da população. Durante a expedição, que duraria 45 dias, os jornalistas a bordo escreviam e falavam sobre o movimento Greenpeace. Diante da repercussão, os EUA adiaram os testes, forçando os ambientalistas a voltarem para casa. O grupo retornou tomado pelo medo de o movimento ter sido descredibilizado.
Entretanto, em novembro daquele ano, os EUA detonaram a bomba nuclear, gerando grande repercussão da mídia e da população. Diante disso, o presidente Nixon decidiu encerrar a campanha, que realizaria mais cinco testes nucleares. Certos de sua importância para as causas ambientais, o movimento decidiu continuar trabalhando para o bem do planeta Terra.
A produção aborda temáticas como a Guerra Fria, importância da ecologia, consequências da poluição e a importância de movimentos em prol do meio ambiente. Uma sugestão de trabalho com essa atividade é a promoção de um momento dialógico com a turma, o que pode ser feito durante o ensino remoto com o uso de recursos digitais, ou no ensino presencial. Você pode transmitir o vídeo para a turma ou pedir para que assistam o documentário antes da aula, como uma estratégia de sala de aula invertida. Logo após, ofereça a oportunidade para que todos possam expor a sua opinião. Além disso, cabe destacar que você, professor, precisa relembrar ou apresentar alguns conceitos aos estudantes, como a Guerra Fria.
Incentive a autonomia e a participação dos alunos com o intuito de viabilizar a construção de uma aprendizagem significativa. Por fim, podem ser feitas atividades como pesquisas sobre as ações do Greenpeace no Brasil e no mundo, nos últimos anos. Para expor as pesquisas, você pode pedir que produzam cartazes e/ou folders de conscientização para as questões ambientais que ainda são foco de discussões (Ex: aquecimento global e desmatamento).
Com base na BNCC, é possível identificar competências e habilidades essenciais para o uso desse documentário nos anos finais do Ensino Fundamental nos componentes curriculares de Ciências, História e Geografia e Ensino Médio, nas áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias:
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
(EF08GE21) Analisar o papel ambiental e territorial da Antártica no contexto geopolítico, sua relevância para os países da América do Sul e seu valor como área destinada à pesquisa e à compreensão do ambiente global.
2. Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os significados das lógicas de organização cronológica.
(EF09HI28) Identificar e analisar aspectos da Guerra Fria, seus principais conflitos e as tensões geopolíticas no interior dos blocos liderados por soviéticos e estadunidenses.
4. Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.
(EF07CI08) Avaliar como os impactos provocados por catástrofes naturais ou mudanças nos componentes físicos, biológicos ou sociais de um ecossistema afetam suas populações, podendo ameaçar ou provocar a extinção de espécies, alteração de hábitos, migração etc.
(EF07CI13) Descrever o mecanismo natural do efeito estufa, seu papel fundamental para o desenvolvimento da vida na Terra, discutir as ações humanas responsáveis pelo seu aumento artificial (queima dos combustíveis fósseis, desmatamento, queimadas etc.) e selecionar e implementar propostas para a reversão ou controle desse quadro.
(EF07CI14) Justificar a importância da camada de ozônio para a vida na Terra, identificando os fatores que aumentam ou diminuem sua presença na atmosfera, e discutir propostas individuais e coletivas para sua preservação.
(EF09CI13) Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas.
2. Analisar e utilizar interpretações sobre a dinâmica da Vida, da Terra e do Cosmos para elaborar argumentos, realizar previsões sobre o funcionamento e a evolução dos seres vivos e do Universo, e fundamentar e defender decisões éticas e responsáveis.
(EM13CNT206) Discutir a importância da preservação e conservação da biodiversidade, considerando parâmetros qualitativos e quantitativos, e avaliar os efeitos da ação humana e das políticas ambientais para a garantia da sustentabilidade do planeta.
3. Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.
(EM13CHS301) Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômicas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável.
(EM13CHS302) Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de análise, considerando o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromisso com a sustentabilidade.
(EM13CHS303) Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consumo e à adoção de hábitos sustentáveis.