Viajamos e registramos o interior do Peru, e, na fusão entre a selva e a cordilheira, nós comprovamos que esse é um continente endêmico. Depois de mais mil e quinhentos quilômetros atravessamos a selva amazônica peruana. Subimos os Andes, com o seu ambiente bucólico, que nos faz lembrar uma sociedade distinta, não marcada pela lógica do mercado e da competição que permeia o mundo do século XXI. Deparamos, durante o trajeto, com casebres sem o menor saneamento, com crianças mendigando na beira da estrada a uma temperatura em torno de 8 graus. Nos diversos povoados realizamos entrevistas com populares. As cidades, em sua maioria, apresentam diversos recursos naturais, como madeiras, ouro, prata e, mais recentemente, Petróleo e gás natural. Apontam os EUA como os responsáveis por parte significativa de seus problemas, devido aos anos de expropriação. Alguns dirigentes políticos indígenas em quéchua falam da Amazonas como epicentro estratégico e apresentam como solução para a sociedade peruana o resgate da moral inca, consubstanciada nos seguintes valores: "ama sua, ama llulla, ama q´uella", ou seja, não mentir, não roubar e não ser ocioso. Para eles, o resgate desses princípios a partir da organização indígena, poderia transformar radicalmente a sociedade peruana.
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